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Ação usa exemplares do livro 'Luz', que resgata história da cultura popular amapaense | Fotos: Phillippe Gomes
Cultura

Estudantes acessam literatura para resgatar a história do Amapá

Nathacha Dantas – Jornalista

O auditório da Biblioteca Pública Elcy Lacerda foi palco para troca de conhecimento entre gerações, durante a programação da 17ª Semana Nacional de Museus, em homenagem ao Dia Internacional dos Museus, celebrado no sábado, 18 de maio. Estudantes das escolas estaduais Alexandre Vaz Tavares, Barão do Rio Branco e Antonia Silva Santos, localizada no município de Mazagão Velho, pela primeira vez tiveram acesso ao acervo histórico e cultural construído pelos fundadores do grupo amapaense Banda Placa que existe há quase quatro décadas e, acabou transformando suas músicas em projetos pedagógicos.
Foi proporcionado um bate-papo entre os integrantes da banda, estudantes, líderes de grupos tradicionais e demais visitantes que colheram informações, tiraram dúvidas e acompanharam a exibição da série “Diversidade Cultural do Amapá”, com mostra de vídeos, resultado de linhas de pesquisas sobre a cultura de pelo menos nove comunidades históricas que influenciaram os músicos, entre elas, Mazagão Velho, em Mazagão; Curiaú, em Macapá, e o Tambor de Criola, em Porto Grande e, suas festividades como do São Tiago, São Gonçalo, Divino Espírito Santo e Mãe de Deus da Piedade.O fundador e vocalista do grupo, Carlos Augusto Gomes, o Carlitão, revela que o acervo contém mais de 400 produções que contam a cultura, tradição e peculiaridades das comunidades tradicionais.

Difusão cultural
Também foi apresentado ao público o livro “Luz” que, em um pouco mais de 200 páginas, retrata toda a trajetória da Banda Placa e as pesquisas de campo feitas nessas comunidades. “Nossa missão sempre foi contar a história do Amapá com conhecimento. E isso exige pesquisa e muito trabalho. Nos sentimos realizados hoje em poder compartilhar com tantos jovens e estudantes o nosso acervo que é uma produção independente. E poder deixar esse legado às gerações que virão”, enfatiza Carlitão. De acordo com os autores, o livro levou três anos para ser finalizado e foi lançado oficialmente em março deste ano no Teatro das Bacabeiras. Dois exemplares foram doados para a Biblioteca Pública para consulta de usuários. Cada comunidade pesquisada também recebeu até oito exemplares da obra.

Estudantes e professores destacam relevância da obra literária

Para Milena Barros, aluna da escola Alexandre Vaz Tavares, o material vai ser essencial para os trabalhos escolares. “Vai ser de grande ajuda para desenvolver nossas atividades onde temos que explorar a cultura. E, como filhos da terra, temos o dever de conhecer nossas origens. Eu, particularmente, me interesso muito pela Música Popular Amapaense (MPA) e a dança do marabaixo”, revela a estudante.

Poesia
Para a professora de ensino fundamental, da Escola Estadual Brasil Novo, Maria Aurea, o evento foi uma oportunidade de aprimorar ainda mais o conhecimento cultural que expressa nas poesias que compõe. A poetiza ‘Nega Aurea’, como prefere ser chamada, é mestre em Ciências da Educação e componente do movimento literário amapaense ‘Afrologia Tucuju’, que devenvolve os poemas na linha étnico-raciais, exaltando a cultura indígena e afrodescendente e, que, também deixou um exemplar à disposição na Biblioteca Elcy Lacerda.

“Banda sempre reverencia valor histórico do Amapá e sua gente”

A Banda Placa foi criada em 1983 por Carlitão e o irmão dele, o músico Álvaro Gomes, e entrou nas paradas de sucesso das rádios tocando canções como: “Minha Cidade”, “Placlarear”’ e “Amassadeira” e gravou seis Cd’s. Ao longo de 36 anos, 67 músicos passaram pela banda e alguns continuaram no cenário musical e fazem sucesso na carreira solo, nomes como Joãozinho Batera, Osmar Júnior, Roneri, entre outros, que ajudaram a formar a identidade cultural do Amapá e o jeito de ser do povo tucuju, através de suas canções.
As músicas são produzidas e baseadas nas diversas peculiaridades que compõe a cultura e história do estado. “Nós temos uma música chamada ‘Levada do Bolão’, onde fazemos um registro do grupo do bolão muito famoso em Mazagão composto pela Tia Chiquinha, já falecida, o Velho Bolão. Outra música nossa é a ‘Tambores’ que fala da fundação do município de Mazagão”, relembra.
Além de cantar a cultura tucuju a Banda Placa realiza projetos culturais, sociais e educacionais, fomentando o legado da produção cultural amapaense e da história do povo, entre eles : A Vida e Obra de Paulo Diniz; Rock Luz; Carnaval do Povo; Música na Escola; Mazagão Velho dois séculos de Cultura; Ponto de Encontro; Placa Esporte Clube; Alé; Frutos e Sementes; Tambores; Nossos Ídolos e Aiô Folia.
A formação atual da Banda Placa possui 12 integrantes, são eles: Carlitão e Batan (vocalistas), Alan Gomes (baixo), Álvaro Gomes (guitarra), Macarrão (bateria), Diego Gomes (percussão), Grilo (percussão), Sinei Sabóia (trompete), Amilson (teclado), Nel (sax e flauta), Valério (percussão) e Xuxu (trombone).

Curiosidades

– Desde 1983 que a Banda Placa vem atuando para para deixar um legado às futuras gerações;

– Este ano além de dois eventos culturais, o líder da Banda Placa adianta que um último evento deve acontecer no mês de novembro, celebrado como o mês do músico, no Centro de Educação Profissional de Música Walkíria Lima, encerrando a turnê histórica de quase 40 anos da Banda Placa.

36 ANOS
Tempo de estrada da amapaense Banda Placa.

Biblioteca

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