Cleber Barbosa, da Redação
Os raios e trovões vistos e ouvidos por muitos amapaenses na madrugada de quarta-feira (2), foram resultados do choque entre três grandes sistemas de nuvens de chuva que se formaram sob os céus do Amapá e de parte do Pará. De acordo com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), a tempestade foi provocada por um fenômeno meteorológico chamado de Conglomerado Convectivo de Mesoescala (CCM), que é composto por núcleos de nuvens de chuva.
Para os meteorologistas, as chuvas ainda deverão ser verificadas por mais duas semanas no Amapá antes da chegada da estiagem, que é quando os períodos de seca prevalescem – o que não significa que não chova.
Na terça-feira, 1º, o Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis do Iepa registrou três grandes nuvens que se formaram na região. Uma estava localizada na cabeceira do Rio Amazonas, que ia de Macapá ao Bailique; outra próxima a Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Almeirim; e uma outra sobre o Arquipélago do Marajó, no Pará.
Essas três grandes nuvens, com cargas elétricas distintas, se encontraram sob o céu de Macapá, Santana e Mazagão e passaram a se chocar provocando o show de luzes e estrondos, como detalha o gerente geral do Núcleo, Jefferson Vilhena.
“Imagina três dessas, uma em cada lado, bem distintas. E quando elas estavam se desenvolvendo, acabaram entrando em choque próximo à Região Metropolitana de Macapá. Como são três sistemas diferentes e um pode estar com uma carga e outro com outra, eles começam a trocar faíscas entre eles, o que resultou em tempestade”, explicou Vilhena.
Além dos raios e trovões, os fenômenos vieram acompanhados de chuvas e ventos fortes, o que deixou a tempestade mais característica.
Estiagem
O clima no mês de agosto no Amapá tem variado muito nos últimos anos, de acordo com Vilhena. Segundo ele, é esperado que este seja um mês de estiagem, ou seja, haverá muitos dias de sol e poucos dias de chuva. Os modelos climáticos indicam que as precipitações devem ficar dentro da normalidade para a época, onde são esperados até 90 milímetros de água.
A chuva que caiu na Região metropolitana no primeiro dia do mês registou uma média de 20 milímetros, ou seja, cerca de 20% do esperado para este mês. Vilhena explica que os primeiros quinze dias de agosto ainda devem registrar precipitações, mas, a partir da segunda quinzena do mês, a tendência é que a estiagem se torne mais intensa.
“Nosso período de estiagem não é um período de seca como muita gente acha. A gente tem mais dias de sol e poucos dias de chuva, o que não significa que vá parar de chover. A gente pode ter dias de chuva, mas geralmente elas acontecem em forma de pancadas rápidas em áreas muito localizadas”, finalizou o meteorologia.
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