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Profissionais do setor se reinventam com uso de insumos e ervas amazônicas, como o açaí e o jambu | STORE
Sociedade

Mercado da coquetelaria vive tendência por ervas amazônicas

Cleber Barbosa, da Redação

O mercado de coquetelaria traz mais uma expressão para os aficionados ou não no setor. Trata-se do “mixologista”, que foi muito bem representado pelo gaúcho Maurício Lobo, que foi o entrevistado do programa Café com Notícia, da rádio Diário FM (90,9) de quinta-feira (30). No quadro sobre gastronomia, ele falou das tendências do segmento, com destaque para os coquetéis sem álcool e até um generoso espaço para o uso de ervas amazônicas nos principais bares do país – e do mundo.

A equipe do programa quis, claro, saber logo qual a diferença entre o mixologista e o barman (ou bartender). O especialista explicou que a mixologia é explicada pela própria terminologia, ou seja, mix vem de mistura e logia estudo, então é o estudo da mistura. “O que diferencia o bar tender do mixologista é o nível de interesse é o nível das misturas dentro da mistura, pois o mixologista trabalha não só a nível da mistura, mas ela a nível molecular e químico, transformando muitas vezes a estrutura molecular”, explica.

Neste sentido, diz, é possível fazer de uma vodca espumas, esferas, espaguetes, enfim, dar outras estruturas moleculares a estruturas líquidas comumente conhecidas. “Em síntese, o mixologista é aquele que te dá o sabor, mas a apresentação será sempre um mistério”, brinca o especialista.

Especialista

O mixologista gaúcho Maurício Lobo, durante entrevista na rádio Diário FM | Foto: Joelson Palheta/DA

Sabatinado pela equipe do quadro, com Cyntia Peixe, Rafael Guerra e José Bogéa, o mixologista aproveitou para tirar outras dúvidas consideradas recorrentes, como a confusão que é feita sobre drinques e coquetéis. Mais uma vez, o convidado foi didático e objetivo. Ele disse que todo coquetel é um drinque, mas que nem todo drinque é um coquetel. “É que num drinque eu posso tomar um uísque com gelo, ou até uma Coca-Cola com gelo é um drinque. Então é a situação de beber alguma coisa, agora um coquetel é um preparado, é uma mistura de ingredientes, é aquele que leva um fundamento para tentar um terceiro, quarto ou uma quinta sensação num mesmo copo”, disse ele.

Maurício Lobo também vem se notabilizando pelo uso de insumos e ervas amazônicas, como o açaí e o jambu em suas experiências e pesquisas, um nicho que entende estar ganhando o Brasil e até o exterior. “Na verdade quando eu vim para o Amapá foi para desenvolver uma pesquisa, uma tese em um projeto de estudo, então era ver in loco a extração do açaí, o cultivo do jambu, enfim, tive a oportunidade de ir em Belém falar com o Léo Porto, o criador da cachaça de jambu, quando me levou à sua fazenda para ver como se faz para o tremor do jambu na boca, isso a nível de estudos mundiais, pois é onde quero apresentar esses meus estudos”, disse Lobo.

Por fim, ele falou sobre as tendências do mercado para a temporada, quando ele destacou que a coquetelaria pode ser dividida entre a clássica e a moderna. Na clássica, projeta que a famosa mistura entre gim e tônica agora traz o açaí; na moderna, o álcool está perdendo terreno para coquetéis não alcoólicos, especialmente pela influência e o alcance do público fitness, os sarados que outrora já foram chamados de geração-saúde.

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