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A recuperação econômica do estado do Amapá passa pela reconstrução do porto

*Por Izaías Mathias Antunes

Como Paranaense e por ter vivido em Serra do Navio e em Santana na época da ICOMI, há algum tempo tem algo que vem me incomodando, nesse caso resolvi me pronunciar, neste mês está fazendo 6 anos que submergiu a primeira vez o Porto de minérios da ICOMI, mês passado novamente, cadê o poder público? Quanto a esse imbróglio na relação da ZAMIN, área da antiga ICOMI, porto, ferrovia e todos os ativos que foram da antiga ICOMI, todos sabemos que foram ou deveriam ter sido repassados para o Governo do Estado do Amapá. Este Governo que tem um contrato de concessão com a ZAMIN. Alguns criticam a ICOMI, mas o que seria do Estado se não fosse essa Companhia. Outras sim, vieram e só usurparam nossas riquezas, não tiveram nenhum compromisso com o Amapá e o pior que deixamos isso acontecer.
É muito estranho que o MPF – Ministério Público Federal, execute uma dívida da ZAMIN, com o patrimônio do Governo do Estado do Amapá (Povo do Amapá). É como se eu tivesse uma casa alugada e o locatário tivesse muitas dívidas e essas fossem executadas colocando o bem pertencente a mim para leilão. Não sou da área jurídica, mas que é estranho é. Ninguém ver nada. Qual esse interesse (ou falta). Sabemos que no fundo estão penalizando a população do Amapá que é dona deste ativo todo. O contrato é (era) de concessão, todo ativo adquirido para uso na ferrovia, torna-se bens patrimoniais do Governo do Estado do Amapá, automaticamente do povo. Na concessão a MMX foram adquiridas mais 5 locomotivas, que foram reformadas e colocadas para rodar. Mas o que se está leiloando não são nem essas (adquiridas pela MMX), são as da antiga ICOMI.
Outra situação, porque não ceder (conceder) até de graça por um determinado período para uma mineradora interessada em ter essa concessão, com recursos para investir, pois neste abandono todo esse ativo pertencente ao povo do Amapá está indo embora, se degradando…fora a própria história do Amapá.
Hoje as locomotivas, vagões, trilhos, toda a área da ferrovia, porto, área industrial da antiga ICOMI estão no meio do mato, onde o mato está tomando conta, correndo risco de perda total por incêndio, por sucateamento ou retirada ou roubo de peças, etc… Quem imaginaria esse fim, quem imaginaria esse desleixo com a história, cadê os ditos gestores, os políticos, os serranos e santanenses, para não dizer os amapaenses nascidos ou que adoram esse Estado. Engraçado é que tem pessoas influentes neste mundo de gestão municipal, estadual e federal que nasceram e/ou passaram por aqui e simplesmente não fazem nada. Será que não basta o que aconteceu com a Serra do Navio, onde toda a história viva da mineração do Estado foi abandonada e hoje míngua para nossa tristeza, que tentamos permanecer somente na memória e fotos antigas.
Algumas informações em off chegam que existe um grupo canadense representando os bancos credores. Eles estão fechando uma negociação com a recuperação judicial, para assumirem todo o projeto e reconstruir e voltar a rodar. Porém falta inciativa do Governo, dos políticos municipais, estaduais e federais, da Justiça, além destes ditos gestores e que dizem pensar no povo para pressionar e pedir que se inicie o mais rápido possível.
Nesta situação, tivemos a Mineradora UNAMGEN MINERAÇÃO, pertencente a um grupo canadense, que estava instalada em Cupixi, fechou as portas porque a ZAMIN parou a ferrovia. Mesmo sem ter problemas financeiros, eles foram obrigados a encerrar suas atividades no estado, demitindo cerca de 350 funcionários diretos e outros tantos indiretos. Comunicaram ao estado, sua decisão, e este não teve a capacidade de agir e impedir a paralisação das atividades minerais, e tão pouco o seu fechamento. Mais um fato lamentável criado pela paralisação da ferrovia do Amapá. Quando nossas autoridades irão agir?
Reclama-se que não tem dinheiro, não tem renda, pensem que existe muitas empresas terceirizadas paradas, até falidas, existem pessoas desempregadas, lojas fechando e dívidas infindáveis por essa inércia. Pelo menos uma vez hajam…trabalhem pelo bem do povo.
Na verdade, temos que pensar para frente, o Governo irá ganhar na geração de empregos, na circulação de recursos e recuperação e valorização dos ativos. Com mais empregos, gera-se mais renda e com isso maior circulação de recurso, lojas vendendo mais, geram mais empregos e na circulação se ganha mais impostos. Toras de eucaliptos ou mesmo a soja poderiam ser transportados pela ferrovia diminuindo o frete, entre outras.
Há uma estória que os políticos estão comprometidos até o pescoço, com esta transferência para a ZAMIN, e que por isso não há interesse em fazer nada, preferem ficar calados e torcendo que não descubram nada. Espero que não seja verdade, mas porque essa quietude.
É para refletir e agir, porque hoje tudo isso não está gerando nada. Tudo se acabando, sem ninguém agir para uma resolução rápida e necessária, se tivesse uma ação no sentido de que tudo iniciasse sem interesses obscuros poderíamos voltar a crescer e ter renda com esses bens. Enquanto estamos deixando uma ferrovia se acabar, o país tem necessidade de que se tivesse mais ferrovias pois a quantidade que este tipo de transporte carrega é muito mais econômico que por caminhões e outros meios de transporte. Para que um dia isso não fique só na memória. Segue algumas fotos destes bens para quem conheceu a área industrial e o estado destes bens, que estão sujeitos a incêndios devido ao mato seco, roubos de peças entre outros. Cadê os responsáveis pelos bens do Estado?

*Izaías Mathias Antunes, empresário paranaense, há 39 anos radicado no Amapá.

SRS. GOVERNADOR, PREFEITOS, SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS E ESTADUAIS, PREFEITOS, VEREADORES, A RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DO ESTADO PASSA PELA RECONSTRUÇÃO DO PORTO DA ICOMI, E POR AÍ QUE TEREMOS EMPREGO E RENDA NA SAÍDA PARA EXPORTAÇÃO DE MINÉRIOS, CAVACOS, SOJA ETC.

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