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Como saber se você quer uma carreira corporativa ou empreendedora

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De acordo com o Sebrae, o Brasil tem hoje mais de 47 milhões de pessoas que empreendem, entre negócios formais e informais. Parte significativa desse número representa aqueles que empreendem por necessidade, diante do desemprego ou da dificuldade de recolocação no mercado, mas também profissionais que abriram um negócio por oportunidade. Esse aumento expressivo levanta uma questão fundamental: será que todos têm perfil para empreender? Para a mentora de carreiras Thaís Roque, a resposta é clara: nem sempre.

“Empreender exige tolerância ao risco, autonomia na tomada de decisão e disposição para lidar com incertezas constantes. Quem gosta de testar, aprender rápido com os erros e não se paralisa diante da falta de estrutura tende a se adaptar melhor ao empreendedorismo. Já quem valoriza a previsibilidade, prefere ambientes estruturados e se realiza em projetos de longo prazo pode florescer muito mais em uma carreira corporativa. Não existe um perfil melhor ou pior: existe contexto e autoconhecimento”, explica Thaís Roque.

Segundo a especialista, a decisão entre empreender ou seguir no mercado corporativo depende de uma combinação de três fatores: propósito, estabilidade financeira e estilo de vida. “No início da carreira, a estabilidade costuma ser determinante, já que empreender significa lidar com altos e baixos. Com a maturidade, o propósito passa a ter mais peso. E o estilo de vida funciona como um filtro: empreender pode dar liberdade, mas exige disciplina; já a carreira corporativa oferece previsibilidade, porém menos flexibilidade. A decisão nunca nasce de um único fator, mas da soma dos três”, analisa Thaís.

Thaís alerta também para a ilusão em torno do glamour do empreendedorismo: “A narrativa dominante mostra liberdade, ganhos financeiros e status, mas esconde as noites em claro, a solidão de liderar, a instabilidade do fluxo de caixa e a necessidade de ser um faz-tudo, principalmente no início. Empreender é menos sobre liberdade imediata e mais sobre resiliência e visão de longo prazo”, reforça.

Por fim, ela lembra que o caminho entre empreendedorismo e mundo corporativo não precisa ser definitivo. “É cada vez mais comum transitar entre os dois universos. Muitos constroem bagagem no corporativo e depois empreendem; outros fazem o caminho inverso, trazendo uma visão mais estratégica para empresas após a experiência como dono do próprio negócio. O importante é entender o momento de vida e usar cada fase como trampolim para a próxima jornada”, conclui.

Sobre Thaís Roque

Thaís Roque, mentora de carreiras. Crédito: Divulgação.

Com passagens por empresas como Nestlé, Accenture e Pão de Açúcar, Thaís viveu os dilemas de quem tem um bom currículo, mas busca realização. Formada em Administração e especializada em Liderança e Capital Humano pela NYU (New York University), hoje atua como mentora de mulheres que buscam acelerar seus negócios e crescer financeiramente. É autora de dois livros, fundadora da aceleradora de negócios TR Circle, da comunidade Founders Confraria, e apresentadora do podcast De Carona na Carreira.

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