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O Impacto econômico dos feriados prolongados

Por Eduardo Trapp Santarossa (*)

De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o setor de turismo e viagens é um dos principais em todo o mundo, sendo responsável por 10,4% de todo a geração de renda global. Também gera 313 milhões de empregos, o que corresponde a aproximadamente 10% de todos os postos de trabalho mundiais, com tendência de crescimento nos próximos anos.

Feriados mais próximos aos fins de semana tendem a ser mais positivos, por gerarem maior produtividade no turismo de lazer em regiões como as praias do Nordeste e do Rio de Janeiro, das Serras Gaúchas, dos museus e parques em São Paulo, entre outros. Inclusive, diferentemente do Brasil, alguns países têm feriados que se movem para evitar de caírem no meio da semana, empurrando-os para o final de semana. O que acaba gerando maior produção e renda.

Os setores que mais lucram são os serviços de lazer, turismo, câmbio, transportes, hospedagem e alimentação. De acordo com o International Society of Hospitality Consultants, o setor hoteleiro atualmente conta com aproximadamente 10 mil hotéis, com uma projeção de crescimento de 13% até 2022. É importante salientar que diversas regiões e municípios no Brasil dependem do turismo, com estruturas e negócios que se desenvolvem para receberem os turistas tanto em feriados prolongados como períodos de férias, seja no verão ou no inverno.

Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério do turismo, no ano passado no feriado do dia do trabalhador e Corpus Christi aconteceram 4,5 milhões de viagens pelo Brasil e foi injetado 9 bilhões na economia. Já o feriado prolongado de 12 de outubro teve aproximadamente 3,24 milhões de viagens domésticas e impacto econômico de R$ 6,7 bilhões nos destinos visitados. A estimativa do Ministério do Turismo é de que os sete feriados prolongados de 2018 resultaram em 13,9 milhões de viagens e injetaram R$ 28,84 bilhões na economia brasileira.

Após uma profunda recessão econômica, uma das mais longas de sua história, o Brasil iniciou uma lenta recuperação. A questão principal é a retomada da economia e consequente aumento da renda e emprego. Isso é mais importante para o crescimento dos negócios e dos setores ligados direta ou indiretamente ao turismo. Mesmo os feriados não conseguem compensar os efeitos negativos de uma crise econômica generalizada, a qual o Brasil tem enfrenta, mas é fundamental ressaltar que a retomada econômica impacta positivamente na geração de emprego e renda, logo, impulsionando o setor de turismo.

Hoje o mercado financeiro e o governo esperam crescimento econômico na ordem de 2,5%, tanto para 2019 como para 2020. O comércio em geral tende a ser mais resiliente em períodos de crise, acompanhando o crescimento econômico. Esperamos que esses números se afirmem e que o Brasil possa aumentar a capacidade de crescimento nos próximos anos.

Apesar de não ser uma recuperação consolidada, existe o início de retomada em vários setores. O destaque vai para o otimismo dos empresários e consumidores nos últimos meses. Entretanto, há muitas incertezas, que passam pela ainda frágil economia brasileira, as instabilidades financeiras e turbulências comerciais internacionais e a ampla agenda de reformas que iniciou a ser proposta pelo novo governo.  Apesar desses fatores, as perspectivas de crescimento tendem a elevar a geração de renda e os gastos dos consumidores em 2019. Em suma, espera-se que o comércio e serviços, inclusive o turismo, tenham um ano muito melhor do que os anteriores.

* Eduardo Trapp Santarossa é professor dos cursos das áreas de Negócios e Ciências Jurídicas e Sociais no Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG – Caxias do Sul), desde o ano de 2013. É Mestre em Economia e também consultor do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (RS).

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