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O megaporto, entre Macapá e Itaubal, será capaz de escoar a produção de grãos, minérios e outros produtos
Economia

Apresentado no Rio, projeto de mega porto no Amapá desperta interesse

O vice-presidente mundial da Praticagem (Impa), Ricardo Falcão, abriu, no Rio de Janeiro, o seminário da Associação de Usuários do Porto do Rio de Janeiro (Usuport), entidade que reúne engenheiros, práticos e as transportadoras fluminenses. Durante discurso, o prático reafirmou a viabilidade de um megaporto, entre as cidades de Macapá e Itaubal, capaz de escoar a produção de grãos, minérios e outros produtos com maior rapidez para a Ásia, Europa e restante da América.

O evento no Rio de Janeiro discutiu o uso do ReDRAFT, uma tecnologia desenvolvida pela Praticagem de São Paulo, e que já está em operação desde 2016.

O sistema de telemetria é alimentado por sondas em boias que transmitem informações sobre a maré, frequência e intensidade de ondas, corrente, condições meteorológicas e outros dados que permitem a operação com calados maiores. O calado, é a parte do navio que fica dentro da água, e que, muitas vezes, encosta no fundo do rio ou do mar. “O sistema emite esses dados a partir de sensores colocados em determinados locais. São medidas de altura de onda, períodos de onda, intensidade e direção de vento e de corrente. Esses dados são processados com informações específicas de cada navio”, explicou o assistente da direção do Porto de Santos, Viriato Geraldes.

O presidente da Praticagem do Amapá, Capitão Ricardo Falcão | Foto: Seles Nafes

O ReDFRAT possibilitou o aumento da segurança e da quantidade de manobras no Porto de Santos, que hoje recebe 17 navios por dia, alguns com mais de 360 metros de comprimento. Para se ter uma ideia, a Companhia Docas de Santana (CDSA), no Amapá, recebe no máximo dois navios por mês.

O ReDRFAT está sendo instalado na zona de praticagem do Porto do Rio.

“A gente acredita que 3 itens podem conviver muito bem juntos: segurança, competitividade e eficiência. O sistema já está em teste no Rio. O grande objetivo da Usuport é ter um porto competitivo para que os usuários (transportadoras) possam ter o melhor uso dele”, justificou o presidente da Usuport, André Seixas.

Ao lado do vice-prefeito do Rio de Janeiro, Fernando Mac Dowell, Ricardo Falcão elogiou o novo sistema, e disse que ele poderá ser muito útil no Amapá, com tendência a ser expandido para todos os portos.

“Ainda há enormes incertezas sobre o limite de passagem pela Barra Norte. Muitas vezes o navio passa encostando na lama, com a sonda marcando zero. As vezes a gente passa com 1 metro a mais (de calado). Com uma ferramenta dessa, a cada metro a mais de calado poderemos carregar mais 1 mil toneladas”, comparou.

 

Panamá

Durante a semana, Ricardo Falcão participou do 34o Congresso Mundial de Náutica (Pianc), na Cidade do Panamá. O evento discutiu novidades tecnológicas e novos procedimentos que aumentam a segurança nas operações portuárias. Engenheiros, práticos, empresários e e PhDs de pelo menos 30 países participaram do encontro.

Entre os palestrantes estavam representantes de um grupo francês que pretende construir um porto no mar da costa da Guiana Francesa, mas em condições geológicas e hidrográficas menos favoráveis em comparação à área defendida pela Praticagem do Amapá, que fica entre os municípios de Itaubal e norte de Macapá. O objetivo é fazer a ligação mais curta entre a América do Sul e os continentes asiático, europeu e americano.

 

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